Memória 30 anos da Copa Libertadores de 1995 Capítulo 1 26 AGO 2025 15:01 A partir desta terça-feira, em homenagem aos 30 anos da conquista do Bicampeonato da Copa Libertadores da América, o site oficial do Grêmio apresenta uma retrospectiva relembrando cada passo do Tricolor naquela trajetória vitoriosa de 1995.CAPÍTULO 1: Fase de Grupos – O início da caminhadaO Grêmio garantiu sua vaga na Copa Libertadores da América de 1995 com a conquista invicta do bicampeonato da Copa do Brasil no ano anterior, batendo o Ceará na decisão. O sorteio colocou brasileiros contra equatorianos na fase classificatória. O Grupo 4 foi formado por Grêmio, Palmeiras, Emelec e El Nacional, considerado um dos grupos mais difíceis da competição. Esta edição marcou, pela primeira vez, a inclusão da nova regra de três pontos por vitória. Além disso, o regulamento apontava que os três melhores de cada grupo garantiam a classificação às oitavas de final, um fator que dava um pouco mais de tranquilidade para os participantes. A trajetória na 36ª edição do maior torneio sul-americano iniciou no dia 21 de fevereiro de 1995 justamente contra o Palmeiras, na época o atual campeão brasileiro e considerado um dos mais poderosos clubes do continente. O jogo foi realizado no antigo Estádio Palestra Itália, que depois daria espaço ao atual Allianz Parque. Os donos da casa, comandados pelo técnico Valdir Espinosa, marcaram primeiro em cobrança de falta do lateral Roberto Carlos, aos 17 minutos. O Grêmio foi para cima e chegou ao empate 20 minutos depois: Carlos Miguel cruzou da esquerda e Jardel subiu no segundo pau para marcar de cabeça. Logo no começo do segundo tempo, o Tricolor perdeu o zagueiro Adilson, expulso. Aos 12 minutos, Edmundo deu de calcanhar para Rivaldo, que chutou forte, na saída de Danrlei. Palmeiras 2 a 1. O Tricolor buscou o empate outra vez: dois minutos depois de sofrer o segundo gol, Goiano empatou cobrando falta da entrada da área, no canto esquerdo do goleiro Sérgio. Mesmo atuando com um jogador a menos, o time de Felipão encarava o adversário de igual para igual e poderia ter passado à frente no marcador se o árbitro Carlos Vinícius Cerdeira não tivesse deixado de marcar um pênalti de Antônio Carlos em Carlos Miguel. O Palmeiras se aproveitou da instabilidade emocional do time gremista e marcou o gol da vitória com Edmundo, aos 27 minutos. A partida tensa e equilibrada já dava o indicativo das dificuldades que o time teria pela frente. Na sequência, era o momento de enfrentar os equatorianos fora de casa, e a derrota na estreia ligava o sinal de alerta. O Grêmio desembarcou em Quito vindo direto do Japão, onde havia conquistado a Sanwa Bank Cup. O planejamento da diretoria pensou em cada detalhe e a delegação chegou cinco dias antes, ficando concentrada na capital equatoriana para se ambientar aos efeitos da altitude de quase 3 mil metros. No dia do primeiro jogo, 14 de março, o grupo seguiu para Guayaquil, onde entrou em campo à noite para enfrentar o Emelec, campeão equatoriano. Mesmo com o cansaço da viagem ao Japão e a pressão da torcida adversária, o Grêmio buscou o resultado duas vezes, e o empate em 2 a 2 acabou sendo comemorado por todos. O Emelec saiu na frente aos 33 minutos do primeiro tempo, com um belo gol de Fajardo, de fora da área. Na etapa final, aos 9 minutos, Carlos Miguel cruzou da esquerda, a bola passou por Jardel, mas não passou por Paulo Nunes, que empatou. Aos 23, Hurtado ganhou de cabeça de Roger e Danrlei e colocou os donos da casa outra vez na frente. A vantagem não durou nem um minuto. Na saída de bola, Goiano levantou na área adversária, o goleiro Espinoza tentou segurar, mas deixou escapar nos pés de Jardel, que mandou para o gol aberto, colocando números finais ao marcador. De volta a Quito, três dias depois, o Tricolor voltou a campo para enfrentar o El Nacional pela 3ª rodada da fase de grupos. Além da dificuldade do adversário, que vinha empolgado após vencer o Palmeiras por 1 a 0 dentro de casa, o Tricolor teria que encarar a altitude, as péssimas condições do gramado e o forte calor, já que a partida havia sido marcada estrategicamente para o esdrúxulo horário das 12h30. Porém, nada disso foi páreo para a equipe guerreira do Grêmio, que venceu por 2 a 1, encaminhando sua classificação às oitavas de final. A vitória começou aos 46 minutos do primeiro tempo, com Arce cobrando falta — seu primeiro gol com a camisa do Tricolor. O El Nacional empatou logo aos 5 minutos da segunda etapa e seguiu pressionando em busca da virada. Já nos acréscimos, quando o empate já seria um grande resultado, Alexandre Xoxó teve forças para puxar um último contra-ataque e acabou sendo derrubado dentro da área pelo goleiro Chiriboga. Arce cobrou a penalidade e decretou a heroica vitória gremista. Com quatro pontos na tabela e a segunda colocação no grupo, o Grêmio tinha pela frente três jogos dentro de casa para garantir a classificação. O primeiro deles foi contra o Palmeiras, na noite do dia 22 de março, no Estádio Olímpico, diante de 50 mil torcedores. O empate sem gols refletiu a extrema paridade do jogo, e o Grêmio acabou saindo de campo aplaudido pela forma como enfrentou o grande time paulista. Com o resultado, bastava ao Tricolor uma vitória nas últimas duas partidas para garantir a classificação. A vitória e a vaga nas oitavas de final vieram na noite do dia 31 de março, no Estádio Olímpico, contra o Emelec. A equipe equatoriana tinha a mesma pontuação que o Grêmio na tabela, e um resultado positivo era fundamental para garantir a segunda colocação no grupo. Jogando diante de 16 mil torcedores, a equipe de Felipão mostrou um futebol consistente e goleou por 4 a 1. O primeiro gol nasceu logo aos 2 minutos: Paulo Nunes cruzou da direita, de perna esquerda, na cabeça de Jardel, que colocou nas redes. Os visitantes chegaram a empatar aos 17 minutos, mas a alegria durou pouco. Aos 29, Arce cobrou escanteio da esquerda e o zagueiro Luciano se antecipou para cabecear e marcar o segundo. No minuto 38, após corner da esquerda, Jardel ajeitou de cabeça e Paulo Nunes conferiu na pequena área para ampliar. A goleada foi decretada aos 31 minutos da etapa final, com Magno entrando livre e chutando na saída do goleiro. Grêmio 4 a 1. Já classificado de forma antecipada como segundo colocado do grupo, o Grêmio fechou sua participação na primeira fase da Libertadores contra o El Nacional, no dia 7 de abril. Apenas para cumprir tabela, Luiz Felipe Scolari optou por poupar alguns titulares. A equipe equatoriana, que na rodada anterior havia levado 7 a 0 do Palmeiras, entrou sem motivação e ainda teve um atleta expulso logo aos 4 minutos. A vitória veio só no segundo tempo, com gols de Jacques, aos 28, e Magno, aos 37 minutos. Com campanha de três vitórias, dois empates e uma derrota, o Grêmio avançou mostrando consistência defensiva e precisão no ataque. Na próxima etapa, o desafio era o Olimpia e a pressão do Defensores del Chaco, no Paraguai. No próximo capítulo da retrospectiva, relembre como o Grêmio atropelou o vice-campeão paraguaio nas oitavas de final.