Sem barreiras! Ultramaratonista Vladimi Virgilio disputa a São Silvestre vestindo as cores do Grêmio Paratleta é cego e representa o Tricolor como cônsul adjunto em São Paulo 31 DEZ 2022 10:00 Entre tantos maratonistas na tradicional Corrida de São Silvestre, disputada sempre na manhã do dia 31 de dezembro em São Paulo, estava uma camisa do Grêmio mais do que especial. O ultramaratonista Vladimi Virgilio é cego e ostentou a camisa gremista na prova, em sua 97ª edição. Natural de Rio Grande e consul adjunto do Grêmio em São Paulo, o paratleta é reconhecido pela história de superação no mundo das corridas. O esportista de 52 anos largou no pelotão de elite e fez questão de estar representando o Clube de Todos, como forma de inclusão das pessoas em todo e qualquer desafio que pretendem encarar, além de incentivar a prática esportiva. Vlad, como é conhecido, utilizou uma camisa inclusiva com informações em braile. Ele é dono de um recorde mundial, ao percorrer 226 quilômetros na praia do Cassino de forma autônoma em 2019, sem o auxílio de um guia, sendo orientado apenas pelo barulho do mar. A prova é considerada de alto risco pelas altas temperaturas e o forte vento. "Foi maravilhoso participar da São Silvestre neste ano, especial para mim, em que fui nomeado cônsul adjunto do Grêmio em São Paulo entre outras alegrias. Representar o Grêmio e o Clube de Todos nesta prova significa celebrar a vida e o esporte. Toda pessoa com deficiência acaba lutando contra certos preconceitos, com certas dificuldades de locomoção e falta de mobilidade. Aí quando entra o esporte estão todos juntos. Os diferentes ficam todos iguais, na realidade. Esta inclusão tem que ser muito mais do que o alto rendimento, mas no esporte como um todo. É preciso adpatar os espaços no esporte para que todas as pessoas que tenham algum tipo de limitação possam estar incluídas. Muitas pessoas passaram por mim e gritaram Grêmio. Foi sensacional evocar a vida, levando a energia das três cores do Clube", comemorou. Antes mesmo de tudo isso, Vladimi teve que superar a perda total da visão por conta de uma doença degenerativa aos 33 anos. Deste então conseguiu feitos inacreditáveis como ultramaratonista ao redor do mundo desde 2013. Cumpriu em mais de uma oportunidade as provas no deserto do Atacama, no Chile, atravessou os desertos do Saara, na África, de Gobi, na China, e da Namíbia. Além destas, foi o vencedor das maratonas de Berlin, Lisboa, Amsterdã, Genebra, Trieste, São Paulo, Santa Catarina. Também venceu em seis oportunidades a Meia Matatona Internacional do Rio de Janeiro e a Meia Maratona de São Paulo, todas como paralímpico. Saiba mais sobre a carreira de Vladimi Virgilio aqui.