Conscientização

Grêmio apresenta o Clube de Todos para estudantes do Colégio Anchieta 

Objetivo é promover a conscientização também entre alunos das escolas particulares sobre a necessidade de ser antirracista

23 NOV 2023 17:31 Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense

O racismo atinge todas as camadas sociais e econômicas da sociedade, em manifestações e percepções diversas. Partindo dessa constatação presente em discussões e pesquisas sobre o tema, o Grêmio mais uma vez assumiu o seu compromisso como Clube de massa e levou o debate a um grupo de 300 alunos do Colégio Anchieta. O encontro, que ocorreu ao final da manhã desta quinta-feira, 23, reuniu estudantes das turmas de 8ª série da escola.  O grupo foi recepcionado pelo diretor acadêmico Dario Schneider, Cristina Kremer, Orientadora de Convivência Escolar, Adriane Caldas, orientadora pedagógica, Patricia Dutra, Orientadora Educacional, Clóvis Lasta, orientador espiritual e Cleiton Gretzler, coordenador da unidade de ensino.  
 
A iniciativa, mais do que conscientizar os jovens sobre atos que vem ocorrendo no futebol e em diferentes setores, teve como objetivo provocar uma reflexão sobre como a discriminação afeta a vida de pessoas que enfrentam o problema.  
A palestra, promovida pelo Clube de Todos em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, foi conduzida pelo coordenador do projeto gremista, Juliano Ferrer, ao lado do presidente Alberto Guerra e com a palestra do Mestre Guto, membro do grupo que monitora episódios de racismo praticados dentro das quatro linhas, no Brasil e no mundo. A atividade foi também acompanhada pelo assessor da presidência, Alexandre Rollin.  

Ferrer abriu o evento, falando sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Grêmio, desde 2017, com a criação do Clube de Todos e a importância que esse braço de inclusão tem para o Clube e a sociedade: “Acreditamos verdadeiramente que uma instituição do tamanho do Grêmio tem atuação que vai muito além do futebol. Adotamos como nosso compromisso abordar e trabalhar questões sociais, de combate à intolerância e todo tipo de discriminação, principalmente o racismo,” destacou ele. Também aproveitou a oportunidade para falar sobre o chamado racismo recreativo, que segundo ele, ocorre no futebol e no ambiente escolar. “As piadas de cunho racista não podem ser normalizadas e tratadas como algo inofensivo. Elas ferem, incomodam, magoam e devem ser combatidas”, sublinhou.  

Mestre Guto, integrante do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, falou sobre os números apresentados pelo projeto, que no último ano registrou 98 casos no Brasil, e analisou como o racismo evoluiu no país e a sua origem histórica desde a fase da colonização. Além disso, destacou o papel e a importância de estudantes como eles, que compartilham de melhores oportunidades, e que podem contribuir para que a discriminação seja banida dos bancos escolares: “Vocês podem ajudar muitos jovens como vocês, que não tiveram os mesmos acessos. Podemos sempre fazer a diferença, independente de nossa orientação política. Se engajem em campanhas, ajudem as ONGs que lutam contra o racismo e a favor da igualdade. Façam a diferença,” ressaltou Guto.  
 
O presidente Alberto Guerra encerrou o encontro, recorrendo a importantes passagens da história do Grêmio que contou com grandes personalidades negras em sua trajetória vitoriosa de 120 anos. “O autor do hino Tricolor, Lupicínio Rodrigues, nossa estrela Everaldo, único gaúcho campeão do mundo em 1970, Tarciso, o jogador que mais vestiu a camisa do Grêmio, Marianita, uma das precursoras do futebol feminino no Clube e que há 40 anos iniciou o movimento contra o preconceito sobre a categoria, são alguns exemplos do quanto o Grêmio idolatra e luta por suas três cores.” 
 
O evento, que entrou em sua segunda edição, tem como objetivo aproveitar a força da instituição Grêmio para transformar o Clube num dos principais agentes no combate ao preconceito e à discriminação, por meio de encontros de conscientização para crianças, jovens e adultos em escolas da rede pública e privada de ensino. 

Como complemento à iniciativa, o programa conta ainda com a distribuição da Cartilha de Combate à Discriminação, o Futebol como Instrumento de Luta, uma publicação ilustrativa sobre personagens negros que fizeram parte da luta contra o preconceito, bem como de passagens históricas marcadas por episódios de racismo.

Fotos: Dijair Brilhantes - Assessoria Colégio Anchieta

Clube de Todos no Colégio Anchieta - 23/11/2023