Flecha Negra participou das maiores conquistas da história do Grêmio e teve o reconhecimento do Clube e da torcida

O mineiro José Tarciso de Souza pode ser chamado de uma lenda viva do Grêmio. Por 13 anos defendendo as cores do Tricolor, tornou-se um símbolo de raça e dedicação ao Clube sendo indicado para a Calçada da Fama. Graças a sua velocidade, recebeu o apelido de "Flecha Negra" sendo peça fundamental nas conquistas do Brasileirão de 1981 e da Libertadores e Mundial de 1983.

Atualmente residindo em Porto Alegre, administra uma escolinha de futebol para crianças carentes e busca uma oportunidade como treinador. Leia o bate papo que o Grêmio.Net teve com um dos maiores ídolos do Grêmio:

Grêmio.Net: Você é um dos jogadores com maior número de atuações com a camisa do Grêmio em toda a história e um dos que mais tempo permaneceu no Clube. Essa é uma marca incrível.

Tarciso: É uma coisa maravilhosa. Fui trazido para o Clube em 1973 contratado junto ao América do Rio pelo então Presidente Oly Fachin e o Diretor Coronel Feijó. Vivi treze anos da minha vida dentro do Grêmio. Participei de todas as grandes conquistas: Brasileiro de 1981, Libertadores e Mundial de 1983, até deixar o Clube em 86. Foi uma época maravilhosa, sinto muito orgulho.

Grêmio.Net: Todos estes anos no Clube, você deve ter vivido inúmeros clássicos Gre-Nal. Qual o que você destaca mais?

Tarciso: Acho que fui o jogador que mais jogou Gre-Nal na história do Clube. O principal deles foi o Gre-Nal decisivo de 1977 com o gol do André Catimba. Nós sempre ganhávamos clássicos, mas não levávamos os títulos. Dessa vez foi diferente. Além disso, antes do gol do André, eu havia errado um pênalti. Foi um Gre-Nal inesquecível. Até hoje, quando assisto Gre-Nal no Olímpico parece que estou vendo aquele jogo de 77. Ficou na memória.

Grêmio.Net: Destas passagens vitoriosas pelo Grêmio, qual a principal?

Tarciso: Tive duas passagens maravilhosas: em 1977 com a conquista do Gauchão depois de 8 anos na fila, cheguei a ser convocado para a Seleção Brasileira como melhor ponteiro direito do país. E o ano de 1983, com os títulos da Libertadores e Mundial. Foram dois anos maravilhosos também para o Clube.

Grêmio.Net: Você é um dos poucos jogadores gremistas a possuir os pés na Calçada da Fama do Olímpico. É um grande reconhecimento.

Tarciso: Foi maravilhoso, fiquei muito feliz com a indicação. É o desejo de todo mundo que realizou alguma coisa boa para o Clube. Assim como o Oscar para o Cinema, ter os pés na Calçada da Fama do Grêmio é o prêmio maior. É um reconhecimento e mostra que fui uma pessoa que marcou dentro da história de um time centenário. Além de ser bom para o ego, mostra que valeu a pena toda aquela dedicação de atleta.

Grêmio.Net: Além do reconhecimento do Clube, você é uma pessoa que ainda recebe o reconhecimento do torcedor.

Tarciso: Esse é o maior reconhecimento. Quando ando na rua ou quando viajo junto com o Departamento Consular pelo interior todos vêm me cumprimentar, aplaudem. Isso mostra que valeu a pena toda a disciplina, ter lutado e chorado pelo Grêmio. É um grande reconhecimento.

Grêmio.Net: O que você anda fazendo atualmente?

Tarciso: Ainda estou tentando crescer como treinador. Em 2000, treinei o Avenida de Santa Cruz do Sul, o Cachoeira e o São José, mas a vida de treinador é muito difícil. Atualmente estou parado, procurando algum clube. Além disso, tenho minha escolinha de futebol onde trabalho com crianças carentes visando a formação delas como cidadãos.