Natural de Porto Alegre, nascido em 17 de outubro de 1947, Valdir Atahualpa Ramirez Espinosa sempre teve seu nome associado ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Principalmente por ter sido o comandante técnico na maior conquista do clube, o Mundial Interclubes de 1983, o que o eternizou na memória de todos os gremistas.

Antes disso, Valdir Espinosa trilhou o caminho das categorias de base do clube como atleta, sendo bicampeão estadual juvenil em 1965 e 1967. No ano seguinte, o lateral-direito ingressava no elenco profissional já colocando a faixa de Campeão Estadual, o Heptacampeonato de 68. Como atleta ainda jogou no Nordeste onde foi bicampeão alagoano defendendo o CRB e o CSA.

Espinosa foi um técnico consagrado dentro do futebol brasileiro. Em 1983, com apenas 36 anos de idade, um profissional em início de carreira em busca de oportunidade para mostrar sua competência. Antes disso, havia conquistado o vice-campeonato gaúcho em 1979 no comando do Esportivo de Bento Gonçalves, além de dos títulos estaduais por Ceará e Londrina em 80 e 81, respectivamente.

A oportunidade foi dada pelo Grêmio de Fábio Koff que, com sua visão futurista, acreditou nas potencialidades daquele jovem treinador que, anos antes, havia defendido o Grêmio como jogador. Com aval da direção, Espinosa assumiu no início do ano, durante a pré-temporada em Gramado. Começava ali um dos trabalhos de maior sucesso de um treinador no comando do Clube.

Com perfil de técnico disciplinador e que buscava sempre o máximo comprometimento de seus jogadores, comandou o Tricolor no inédito título da Copa Libertadores em julho, garantindo a possibilidade do título Mundial que se confirmou diante do Hamburgo em dezembro, no estádio Nacional de Tóquio.

Espinosa nunca esqueceu a força de seu grupo de atletas. “A gente sempre acreditou. O grupo era extraordinário. Com uma grande qualidade técnica, força e determinação. Talvez uma das maiores equipes que o Grêmio já teve em sua história. Nós não fomos para Tóquio para apenas disputar um jogo, fomos para buscar o título”, cravou.

No ano seguinte foi trabalhar na Arábia Saudita sendo campeão nacional pelo Al-Hilal, retornando ao Grêmio em 1986 para ser campeão gaúcho. Em seguida consolidou grande trabalho no Paraguai, pelo Cerro Porteño, sendo tricampeão nacional em 1987, 92 e 94. No intervalo desta sequencia ainda retornou ao país para ser campeão carioca invicto pelo Botafogo em 1989.

Ao todo, o profissional comandou 25 equipes distintas, com mais de 15 taças erguidas. Em julho de 2010 finalizou a sua carreira como técnico de futebol no comando do Duque de Caxias, do Rio de Janeiro, cidade onde mora e onde atualmente exerce a função de comentarista esportivo pela Rádio Globo. Espinosa nunca será esquecido e sempre será venerado pelos gremistas.